Memórias (Parte 1)

Sou do tempo em que amigos não eram pedidos em amizade, em que brincadeiras boas mesmo eram as chamadas "manjas" ou para alguns "piques", as minhas favoritas eram "polícia e ladrão" e "barra-bandeira", adorava correr descalça pelo condomínio, desafiando, assim, a paciência do meu pai que tinha verdadeira aversão em me ver toda suada, com a sola do pé preta, cabelos ao vento, e, a pior parte, rodeada de meninos (haha), sim eu preferia muito mais as traquinagens dos garotos a ficar brincando de Barbie o dia todo, aliás, eu tinha a coleção inteira dessa loirinha e sempre adorei rosa, mas confesso que minha predileção era mesmo por sair correndo, patins então era minha loucura...lembro-me com um certo saudosismo de algumas das minhas peripécias de infância, uma delas e que merece papel de destaque foi a do "Clubinho" que eu e minhas amigas montamos no porão de guardar bicicleta, era algo muito organizado, talvez nossa primeira lição de civilidade, pois havia um regulamento, divisão hierárquica, e só entrava menina, o chamado "Clube das Luluzinhas" literalmente...tínhamos separação de tarefas, e ali, pode ter sido meu contato primário com a vassora, rss...recordo-me que adotamos um gatinho, ele ficava dentro da sede do clube, em outras palavras, no porão, e sendo filhote, cada uma das integrantes de acordo com uma prévia escalação do dia da semana, tinha que descer de manhã cedo pra levar uma tigela de leite com pão em pedacinhos pro felino...ai ai, são tantas as memórias, que poderia passar horas a fio escrevendo, contando os "causos" que variam dos mais bobos aos mais hilários...enfim, coisas de criança, e diga-se de passagem hein, é a melhor fase da vida, onde não temos preocupações, ou pelo menos não relevantes, onde não há as conveniências do mundo adulto, e, sobretudo, onde tudo parece tão grande e fascinante, todavia, crescer faz parte do jogo, e com a gente também crescem os problemas, as responsabilidades, aí já não se trata somente de ter que acordar cedo para dá leite a um "miau", pelo contrário, as necessidades são outras, muda-se o cenário, os personagens, o enredo, mas Ó, calma, porque o ESPETÁCULO, esse sim, continua !!! 

                                                                         Morgana Mendonça