segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Pérolas (Parte 2) Forró: A missão

Como já dizia a letra da música "Eduardo e Mônica" do Legião Urbana, 'festa estranha com gente esquisita', são assim as baladinhas de forró por aqui, nada contra o ritmo, aliás, confesso que me amarro em dá uns saculejos no esqueleto ao som de um xotezinho pé-de-serra, porém, vou te falar Ó, oh festinha pra dá gente feia, e concordando ipsis litteris com Vinícius de Moraes, que os desprovidos de beleza exterior me perdoem, mas "vamo" combinar né ?? o pior não é nem isso, uma vez que beleza é relativa, está nos olhos de quem vê e por aí vai, contudo, o mais desesperador nesses eventos populares é o empurra-empurra, o povo suado que se encosta, o cabelo molhado daquela metida a "dançarina" do Frank Aguiar, que numa rodopiada bate no seu rosto quase que como um chicote, as cantadas de pedreiro (nada contra o ofício, mas não fui eu quem inventou essa expressão hein), do tipo meu nome é fulano aí você como uma pessoa educada que é, diz prazer e o cara em terceiras, quartas e quintas intenções profere a frase mais idiota (desculpem o termo, mas é o mais apropriado), de todos os tempos, "prazer não, satisfação, o prazer vem depois", ainn, dá vontade de atentar contra a própria vida no mínimo, ou mesmo cometer um "caboclocídio" e assim fazer um favor a humanidade, aliás, deveria ser até uma excludente de ilicitude hã ?? porque o sangue parece que ferve...se você aceita dançar uma música que seja com um desconhecido desses, com o único e exclusivo intuito de se divertir, ai ai...o cara no primeiro passo já começa a te alugar, sussurrando no ouvido que você é linda, se você vai sempre lá, e tem os mais abusados, os que querem logo teu número, nessas horas a vontade é de soltar boas gargalhadas, mas como seria deselegante e, embora você esteja em um local onde essa virtude não seja lá a mais marcante, você não pode cometer essa garfe, melhor então é dá um risinho maroto e abortar logo a exibição de dança senão, corre-se o sério risco de a simpatia ser confundida com o "dá moral", aí já viu né ?!? dê dinheiro mas não dê confiança...haha...pegar bebida é outra missão a ser desempenhada com graça, porque é uma verdadeira guerra na qual você tem que estabelecer uma estratégia de ação: fincar território próximo de um bar, próximo, lê-se: colado, comprar logo as fichas também é uma boa opção, porque evita-se de manusear dinheiro toda a vez que vai pegar o "drinque"...ain ir ao banheiro é a pior das piores partes, os locais destinados às necessidades fisiológicas e vale ressaltar que estas devem se restringir ao número 1 (por favor né), são verdadeiras saunas, você adentra o ambiente e se depara logo com um bafo quente, o espelho é até embassado de tanto calor humano, no percusso até o sanitário, a visão que se tem com certeza é bem próxima a do que deve ser o inferno, affê...um bando de "moças de família" com shorts "arrochados" empedindo assim até a oxigenação do cérebro, uma fila enorme que faz qualquer um perder a vontade ou pelo menos pensar duas vezes antes de insistir na idéia de querer ir ao toalete...fora as letras tão bem elaboradas das músicas: "bara bara bara, bere bere bere" hahaha...um lugarzinho na pista de dança é mais disputado que água no deserto, e dançar nos arredores quase sempre não é uma boa pedida, normalmente é cimento batido o que causa sérios danos aos sapatos, principalmente, ao que tange aos de salto alto, enfim, é uma verdadeira aventura esses forrós da vida, mas como tudo na mesma é um risco, vale a pena nem que seja por experiência, rir um pouco, dançar, se divertir com os amigos e quiçá se tiver a sorte, limpar a vista com  algum colírio garimpado feito ouro nas minas...difícil, porém não impossível !!! rss





                                                                                            Morgana Mendonça

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